3 de setembro de 2012

Alguém que descobriu a verdade



Em um belo sábado, levei alguns amigos para São Francisco Xavier, com a finalidade deles conhecerem a beleza de uma cidade que mantem-se conectada com a natureza. O dia estava maravilhoso, o Sol na marca dos 26º C e uma cachoeira gelada estava diante de nós. Em um determinado momento, desliguei-me do grupo, comecei a andar pelas trilhas da bela mata local.

Caminhar pela mata é um dos momentos que me sinto mais vivo. Posso conectar-me com a natureza e deixar minhas emoções fluírem. Sentir minhas esperanças e crenças serem renovadas, neste ambiente puro e inocente.

Depois de alguns minutos caminhando, encontrei uma amiga do grupo sentada em uma pedra distante e na beira d'água. Seu pé balançava pela água e ela parecia estar com a mente limpa. Então lembrei-me do motivo real pelo qual levei eles até lá, foi por ela. Deus concedeu-me sua benção poucos dias antes. Ele fez com que eu enxerga-se o coração dela e, é triste dizer, ele sangrava. Notei que seus sentimentos estavam sendo enjaulados, atrás de uma muralha enegrecida com mágoa e tristeza. Felizmente, pude ver muito além, consegui quase que tocar seus desejos, paixões e amores. Soube de imediato do que ela precisava, então foi aí que decidi leva-la para aquele lugar, onde a algum tempo havia sentido, pela primeira vez, a presença onipotente do poder de Deus.

Fitei-a por alguns instantes. Seu espírito reluzia diferente do que à poucas horas quando partimos para aquele belo lugar. Era notável que seu o coração e a alma estavam novamente em harmonia. Seus sentimentos conectaram-se com a natureza e eu podia vê-los em todos os lugares, fosse sentados nas pedras, brincando na água, descansando sob uma árvore ou planando com leveza sobre sua cabeça.

No momento eu não soube se seria certo interromper seu momento, mas ao olhá-la novamente, notei seus olhos brilhando de felicidade e amor pelo lugar. Foi isso uma fagulha em um poço cheio de combustível. Ela estava enxergando naquele lugar a verdade sobre si. Dei alguns passos e fui em sua direção. Tivemos uma longa e deliciosa conversa sobre a beleza na simplicidade do lugar, sonhos, esperanças, crenças e sentimentos. Descobri que havia feito uma das melhores escolhas em minha vida. Percebi ali que ela podia enxergar o que sempre quis viver e, ter o prazer de presenciar isto, causou-me uma felicidade intensa.

Levei-a para conhecer uma pequena cascata, porém de beleza surpreendente. Aquelas águas tem um banho quente e confortante. Ajudei-a a subir algumas pedras e notei seu belo sorriso, novamente fui pego por uma onda de sentimentos bons e comecei a sorrir,. Parecia que eu tinha 6 anos novamente.

Descansados, sentindo a terra sob os pés, fizemos as trilhas e ela conheceu as montanhas, o Sol se por traz da paisagem, as nuvens ganharem tons rosados e a vida fluir novamente por entre suas veias. Não existem palavras que possam descrever o quão mágico foi poder vivenciar todos aqueles momentos.

Ir embora foi difícil e dolorido, mas saímos de lá com o espírito renovado, a alma fortificada e o coração a bater por saudade dos elementos naturais dali e, no meu caso, dela.

É incrível como somos surpreendidos pelas emoções. Pequenos momentos podem ter mais significado do que poderíamos ter imaginado. Fui para lá querendo fazer algo simples por uma pessoa, acabei fazendo muito além do que eu planejei. Senti-la bem daquela forma foi simplesmente inexplicável. Espero que ela tenha aprendido tanto quanto eu naquele dia. Que não devemos ignorar quem nós somos, pois é isto que nos proporciona felicidade. Esta é a verdade que tanto buscamos.

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