9 de agosto de 2011

Guerra dos derrotados



Estou escondido entre as ruínas de um lugar que já fora uma bela cidade, a mesma aonde é travada uma guerra. Já estou surdo com o barulho de tantos tiros, aviões caindo e explosões, com o som agonizante dos soldados e civis sentindo o gosto da morte já descendo pela garganta. Estou cego com os incêndios que me queimaram os olhos, com os destroços das casas e os corpos mutilados sangrando servindo como adubo ao solo em meio às ruínas.

Tenho medo de sair e ser mais uma vítima, mais um mero número para as meras estatísticas desta guerra que já perdeu o sentindo. Não sei onde estão meus entes, estimo que já padeçam, assim como estarei antes do tardar do dia. Sei de tudo um pouco e nada de tudo, mas não entendo o que levam pessoas a se tornaram tão sedentas por poder quanto uma besta por sangue.

Tantos inocentes a morrer neste dia fúnebre, por causa de um ideal que nem é deles, soldados e civis, combatendo com seus canhões ou pedaços de pau, buscando agora já em batalha unicamente a sobrevivência, todos vítimas de líderes incompetentes, sentados em suas cadeiras almofadadas dentro de suas fortalezas esperando todos morrerem por sua causa.

Seres humanos agindo como feras e padecendo como tais, no final mais alguns milhares de corpos. O poder por fim estará nas mãos de apenas um lado, mas todos saem derrotados com suas cidades caídas ao chão e seus habitantes mortos. Governos ao declínio sem ter a quem governar.

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