Raiar do dia e um anônimo que virou alguém

Quantas vezes acordamos pela manhã para ver o Sol nascer? Quantas vezes caminhamos 2 ou 3km pela manhã para ver uma parte da cidade acordando?

O Sol aparece todo dia como é de costume lá pelas 6h e a maioria das pessoas começam a acordar para ir trabalhar. Estes dias passados estava eu a acordar cedo e sair antes das seis da matina de casa, sem razão alguma só para ver o dia amanhecer, sentei numa praça um tanto longe de casa e fiquei olhando luzes acenderem e apagarem, barulhos de celulares tocando e o Sol a aparecer no horizonte. Foi então que minha mente começou a trabalhar...

Para onde estão indo todas estas pessoas? Quais são seus motivos para acordar cedo? Trabalhar? Estudar? Levar os filhos a escola? Ver TV e mexer na internet? Perguntas não paravam de passar por minha cabeça, até que parei de imaginar questões e comecei a formar um mundo novo em minha mente.
Uma pessoa saíra de casa, descrições:
Sexo: Masculino;
Altura: por volta de 1,80;
Porte físico: atlético.
Saiu do que parecia ser uma sala, trancou a porta e se dirigiu ao carro, ele vestia terno, mas não parecia se preocupar com o calor que viria pelo restante do dia. O portão automático abriu e fechou com a passagem do carro. O Fusion seguiu em direção ao Centro da cidade. Com as informações que tinha montei um cenário para a vida dele dentre de meu mundo imaginário:
Ia para o trabalho, é um gerente financeiro e trabalha numa empresa grande que exija a vestimenta adequada, seu carro era vindo de algum tempo de trabalho suado dentro daquele e outros ternos que deveria de ter. Não tem filhos, mas namora com uma linda mulher. Gosta de dar festinhas aos finais de semana para os amigos a fim de manter as velhas amizades, fazer novas e garantir um status. Como esporte deve praticar natação e frequentar alguma academia. Não creio que estude, mas pretende fazer um mestrado para aumentar suas competências, talvez em dois anos. No caminho para o trabalho deve ficar refletindo sobre quais providências irá tomar para resolver um problema com um fornecedor que aconteceu no dia anterior, ou simplesmente pode estar escutando alguma música sinfônica em seu MP3 Player conectado no rádio do carro. Vai trabalhar o dia todo e nem terá tempo de sair para o almoço, as papeladas de notas fiscais e as andadas corriqueiras de um lado para o outro na empresa não o deixaram. Ao fim do dia organiza sua mesa e antes de ir ao carro passa numa loja para pegar um presente que tinha encomendado a namorada, é aniversário dela. Volta para casa toma um banho rápido para tirar o suor do corpo, troca de roupa, na correria esquecera de comer outra vez e parte para a casa de seu amor com o presente em mãos. No caminho percebe o estômago roncar, porém não da tempo de parar para comer, já está atrasado. Dentro da casa dela cumprimentos ocorrem em todos os cômodos, a sogra agradece ele ter vindo, como se não fosse basicamente obrigação, o cunhado invejoso tenta puxar assunto sobre suas vendas na sua loja de calçados, mas perde o rapaz para a irmã que o puxa para conversar. Ele da um beijo nela e entrega o presente, ela deixa escorrer uma ou duas lágrimas e o beija, era uma lembrança de um lugar de suas últimas férias na Argentina. A festa decorre como um aniversário comum. O despertador do relógio de pulso toca, 00h, hora de ir embora amanhã o dia será cheio novamente.

Imaginar como é ou será a vida de alguém fez minha mente trabalhar um pouco, um tanto louca, mas aquele homem para quem previ o dia pode não ser nada disso, ele pode ser um advogado ou político que adora escutar um samba no carro antes de ir ao trabalho, depois volta para casa toma um banho e vai para academia ou fazer qualquer outra coisa. Imaginar o que as pessoas iram fazer é quase um esporte, uma arte, não faz mal a ninguém desde que fique dentro de sua cabeça. Entretanto, são as respostas para todas aquelas perguntas que minha mente gerou no raiar do dia naquela praça longe de casa.

Mas quem nunca parou para fazer liberar um pouco a mente?